Maria Nilde Mascellani (1931-1999) foi professora da rede pública do estado de São Paulo e a principal responsável pela criação dos Ginásios Vocacionais, escolas que adotaram estratégias de integração curricular e trabalho em equipe para formar alunos autônomos, criativos e cidadãos críticos, capazes de reconhecer e transformar o território onde vivem.
Ginásios Vocacionais
De acordo com o professor no Programa de Pós-graduação em Educação: História, Política, Sociedade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (EHPS/PUC-SP) Daniel Ferraz Chiozzini, a educadora teve no projeto dos Ginásios Vocacionais bastante autonomia para colocar em prática seu pensamento sobre educação.
Segundo ele, o objetivo era “fazer dessa escola uma escola que buscava uma educação emancipatória e formar indivíduos críticos e participativos. Ou seja, ela preparava para muito além do ingresso em um ensino técnico ou industrial”, comenta Chiozzini, que estuda a importância de Mascellani e dos Ginásios Vocacionais para a educação brasileira.
Durante a ditadura militar, Maria Nilde Mascellani foi perseguida, presa e torturada, e teve seu projeto educacional extinto por ser considerado subversivo para os moldes do regime. Após a redemocratização do país, atuou como professora na Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Nos anos 1990, desenvolveu, em parceria com o Ministério do Trabalho e com a Central Única dos Trabalhadores, o projeto Integrar, que buscava a educação de trabalhadores desempregados.